O que é o Recurso de Agravo?
O recurso de agravo é um instrumento processual previsto no ordenamento jurídico brasileiro, utilizado para contestar decisões interlocutórias proferidas por juízes em processos judiciais. Essas decisões não encerram o processo, mas podem afetar substancialmente o andamento da demanda, tornando necessário um mecanismo que permita sua revisão.
O Código de Processo Civil (CPC) de 2015 trouxe inovações significativas em relação ao agravo, dividindo-o em duas modalidades principais: o agravo de instrumento e o agravo interno. Cada um possui características e procedimentos específicos, que serão detalhados a seguir.
Modalidades do Recurso de Agravo
1. Agravo de Instrumento
O agravo de instrumento é cabível contra decisões interlocutórias que versam sobre matérias específicas, listadas no artigo 1.015 do CPC. Exemplos de situações em que se pode interpor um agravo de instrumento incluem:
- Decisões que versam sobre tutelas provisórias;
- Decisões que versem sobre a exclusão de litisconsorte;
- Decisões que tratem sobre a produção antecipada de provas.
Esse recurso deve ser interposto diretamente ao tribunal competente, acompanhado das peças obrigatórias, como a decisão agravada e a procuração do advogado. O prazo para interposição é de 15 dias úteis, contados a partir da intimação da decisão.
2. Agravo Interno
O agravo interno, por sua vez, é utilizado para contestar decisões monocráticas proferidas por relatores em tribunais. O prazo para interposição é de 15 dias úteis, e o recurso deve ser dirigido ao próprio órgão que proferiu a decisão. É importante destacar que o agravo interno não é cabível contra decisões que já tenham sido apreciadas em colegiado.
Exemplos Práticos de Uso do Recurso de Agravo
Exemplo 1: Agravo de Instrumento em Ação de Alimentos
Imagine que em uma ação de alimentos, o juiz decida reduzir o valor da pensão alimentícia. O advogado da parte interessada pode interpor um agravo de instrumento, argumentando que a decisão prejudica a subsistência do alimentando. Nesse caso, o tribunal irá analisar se a decisão do juiz foi adequada, podendo reformá-la ou mantê-la.
Exemplo 2: Agravo Interno em Decisão Monocrática
Suponha que um relator de um tribunal decida, de forma monocrática, negar um pedido de tutela provisória. O advogado da parte interessada pode interpor um agravo interno, sustentando que a decisão foi equivocada e apresentando novos argumentos que justifiquem a concessão da tutela. O colegiado do tribunal, então, irá reavaliar a questão.
Considerações Finais
O recurso de agravo é uma ferramenta essencial no processo civil brasileiro, permitindo que as partes contestem decisões que, embora interlocutórias, podem ter um impacto significativo no resultado final do processo. A correta utilização desse recurso pode ser determinante para a defesa dos direitos das partes envolvidas.
É fundamental que os advogados estejam atentos às especificidades de cada modalidade de agravo, bem como aos prazos e requisitos formais exigidos pela legislação. Dessa forma, poderão garantir a efetividade da tutela jurisdicional e a proteção dos interesses de seus clientes.
Em suma, o recurso de agravo, seja na modalidade de instrumento ou interno, é um elemento crucial para a dinâmica do processo civil, permitindo que as partes busquem a revisão de decisões que, de outra forma, poderiam comprometer a justiça do resultado final.
Contribuições de Redação Dicionário Jurídico