Recurso Extraordinário: O que é e como funciona?

O recurso extraordinário é um instrumento jurídico que visa a revisão de decisões judiciais em instâncias superiores.

O que é o Recurso Extraordinário?

O recurso extraordinário é um mecanismo previsto na Constituição Federal do Brasil, especificamente no artigo 102, que permite a revisão de decisões proferidas por tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Esse recurso é utilizado quando há a alegação de violação de dispositivos constitucionais ou de tratados internacionais. O objetivo principal é garantir a uniformidade da interpretação da Constituição e a proteção dos direitos fundamentais.

Características do Recurso Extraordinário

O recurso extraordinário possui algumas características que o diferenciam de outros tipos de recursos. Entre elas, destacam-se:

  1. Excepcionalidade: O recurso extraordinário não é cabível em qualquer situação. Ele deve ser utilizado apenas em casos que envolvam questões constitucionais relevantes.
  2. Irrecorribilidade: As decisões do STF em sede de recurso extraordinário são irrecorríveis, ou seja, não há possibilidade de interposição de outros recursos.
  3. Efeito suspensivo: O recurso não possui efeito suspensivo automático, o que significa que a decisão recorrida pode continuar a produzir efeitos enquanto o recurso é analisado.

Quando é cabível o Recurso Extraordinário?

O recurso extraordinário pode ser interposto em situações específicas, tais como:

  • Quando a decisão recorrida contraria a Constituição Federal.
  • Quando há divergência entre tribunais sobre a interpretação de normas constitucionais.
  • Quando a decisão recorrida não observa tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Exemplos Práticos de Uso do Recurso Extraordinário

Para ilustrar a aplicação do recurso extraordinário, apresentamos dois casos práticos:

Caso 1: Ação Direta de Inconstitucionalidade

Em um caso em que um estado brasileiro editou uma lei que contraria dispositivos da Constituição Federal, um cidadão afetado pela norma impetrou um recurso extraordinário. O STF, ao analisar o caso, declarou a inconstitucionalidade da lei, reafirmando a supremacia da Constituição sobre normas infraconstitucionais. Esse exemplo demonstra como o recurso extraordinário pode ser utilizado para proteger direitos fundamentais e garantir a conformidade das leis estaduais com a Constituição.

Caso 2: Divergência entre Tribunais

Em outra situação, um tribunal regional decidiu de forma diversa em relação a um mesmo tema que já havia sido decidido por outro tribunal. Um dos litigantes, inconformado com a decisão, interpôs um recurso extraordinário ao STF. O Supremo, ao analisar o caso, decidiu pela uniformização da jurisprudência, estabelecendo um entendimento que deve ser seguido por todos os tribunais do país. Esse exemplo evidencia a importância do recurso extraordinário na promoção da segurança jurídica e da estabilidade das decisões judiciais.

Conclusão

O recurso extraordinário é um instrumento essencial para a defesa da Constituição e dos direitos fundamentais no Brasil. Sua utilização deve ser feita com cautela, respeitando os requisitos legais e as especificidades do caso concreto. Ao garantir a revisão de decisões judiciais em instâncias superiores, o recurso extraordinário contribui para a construção de um sistema jurídico mais justo e equitativo.

Em suma, compreender o funcionamento do recurso extraordinário é fundamental para advogados e cidadãos que buscam a proteção de seus direitos e a correta aplicação da Constituição. Ao interpor esse recurso, é crucial que se tenha clareza sobre os fundamentos constitucionais que justificam a sua utilização, bem como a relevância da questão em debate para o ordenamento jurídico brasileiro.

Contribuições de Redação Dicionário Jurídico

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