Sucumbência Objetiva: O Que É e Como Funciona na Prática Judicial

A sucumbência objetiva refere-se à responsabilidade de arcar com os custos processuais em função da derrota em uma demanda judicial.

Sucumbência Objetiva: O Que É e Como Funciona na Prática Judicial

A sucumbência objetiva é um conceito fundamental no direito processual civil brasileiro, que diz respeito à responsabilidade da parte vencida em um processo judicial de arcar com os custos e honorários advocatícios da parte vencedora. Este princípio está previsto no artigo 85 do Código de Processo Civil (CPC) e visa garantir que a parte que obtém êxito em sua demanda não seja prejudicada financeiramente pela necessidade de recorrer ao Judiciário.

1. A Natureza da Sucumbência Objetiva

A sucumbência objetiva se distingue da sucumbência subjetiva, que se refere à responsabilidade da parte vencida em relação aos honorários de seu próprio advogado. Na sucumbência objetiva, a parte que perde a ação é condenada a pagar os honorários da parte vencedora, independentemente de ter ou não contratado um advogado. Essa regra tem como objetivo desestimular ações infundadas e promover a justiça, uma vez que a parte que perde deve arcar com os custos que gerou ao sistema judiciário.

2. Exemplos Práticos de Sucumbência Objetiva

Para ilustrar a aplicação da sucumbência objetiva, consideremos dois casos práticos:

Caso 1: Ação de Cobrança

Imagine que João ajuiza uma ação de cobrança contra Maria, alegando que ela não pagou uma dívida de R$ 10.000,00. Após a instrução do processo, o juiz decide que Maria não deve nada a João, considerando que a dívida não existia. Nesse caso, João é a parte sucumbente e, portanto, deverá arcar com os honorários advocatícios de Maria, que podem ser fixados entre 10% e 20% do valor da causa, conforme o artigo 85 do CPC.

Caso 2: Ação de Indenização

Em outro exemplo, Ana processa Carlos, pleiteando uma indenização por danos morais em decorrência de um acidente de trânsito. Após a análise das provas, o juiz conclui que Carlos não teve culpa no acidente e, portanto, não deve indenizar Ana. Neste cenário, Ana, sendo a parte vencida, será condenada a pagar os honorários advocatícios de Carlos, que também serão calculados com base no valor da causa.

3. Implicações da Sucumbência Objetiva

A sucumbência objetiva traz diversas implicações para o processo judicial. Primeiramente, ela atua como um mecanismo de desestímulo a litígios infundados, já que a parte que perde a ação terá que arcar com os custos da parte vencedora. Além disso, a sucumbência objetiva promove a equidade no sistema judiciário, garantindo que a parte que se vê obrigada a recorrer ao Judiciário para fazer valer seus direitos não seja penalizada financeiramente por isso.

Outro ponto importante é que a sucumbência objetiva pode influenciar a estratégia das partes durante o processo. Advogados costumam avaliar a possibilidade de sucumbência ao aconselhar seus clientes sobre a viabilidade de uma ação. Isso significa que, ao considerar entrar com uma ação judicial, é essencial ponderar não apenas as chances de vitória, mas também os custos envolvidos em caso de derrota.

Conclusão

Em suma, a sucumbência objetiva é um princípio que visa proteger a parte vencedora em um processo judicial, garantindo que ela não seja onerada pelos custos decorrentes da necessidade de buscar a tutela jurisdicional. Compreender esse conceito é fundamental para qualquer advogado ou parte interessada em litígios, pois ele pode impactar diretamente a decisão de ajuizar uma ação e a estratégia a ser adotada durante o processo.

A sucumbência objetiva, portanto, não é apenas uma questão de responsabilidade financeira, mas também um elemento que reflete a busca por justiça e equidade no sistema judiciário brasileiro.

Contribuições de Redação Dicionário Jurídico

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